1 - Como Ler a Bíblia? É provável que você leia a Bíblia como se lê qualquer outro escrito. Mas o fato é que devemos ter critérios para a leitura da palavra de Deus. Veja as seguintes sugestões de leitura da Bíblia. a) Leia pensativamente - A verdade de Deus está lá, capaz de transformar sua vida. Mas tem que tateá-la para descobrir tudo. Tem que penetrar a superfície com mais do que um golpe de vista. Em outras palavras, tem que pensar. b) Leia repetidamente - Você pode ler a Bíblia repetidamente, e cada vez verá coisas novas. Dicas: leia livros inteiros sem parar; comece no princípio do livro e leia até o fim; leia a Bíblia em traduções diferentes; leia a Bíblia em voz alta; leia a Bíblia nos recursos e programas de computador; estabeleça um horário para ler. c) Leia pacientemente - Trabalhe com um só livro por um mês. Num mês você pode dominar um livro. Leia o livro primeiramente para obter uma vista panorâmica. Mais tarde poderá ler para entender melhor os aspectos específicos do livro. d) Leia seletivamente - Seis perguntas para fazer de qualquer trecho da Escritura: 1) Quem? - Quem são as pessoas no trecho? O que foi dito sobre as pessoas? O que a pessoa diz? 2) O Que? - O que está acontecendo? Em qual ordem? O autor está tentando comunicar o que? O que está errado? 3) Onde? - Onde estão as pessoas na história? Eles estão vindo de onde? Elas estão indo para aonde? Onde está o autor? Onde estão os leitores? 4) Quando? - Quando o evento aconteceu? Quando eles aconteceram em relação a outros eventos? Quando foi escrito? 5) Por que? - Por que está incluído? Por que está neste lugar? Por que está depois ou antes do outro? Por que a pessoa falou assim ou não falou nada? 6) E daí? - E daí? Que diferença faria, se eu aplicasse esta verdade em minha vida? e) Leia devotadamente - Torne as escrituras em orações. Deus ama ser lembrado do que Ele prometeu? Então, o diga. Lembre-se de suas promessas. f) Leia imaginativamente - Dicas: Use traduções diferentes (linguagem de hoje, versão revisada, etc.); reescreva o trecho nas suas próprias palavras; leia a Bíblia numa outra língua; tenha uma outra pessoa para ler a Bíblia em voz alta ou ouça fitas cassetes ou CDs que tenham o texto bíblico. g) Leia meditativamente - Aprenda como refletir no que você leu. É uma disciplina mental que você tem que usar durante o dia inteiro. Comece com Josué 1:8, Provérbios 23:7, Salmo 1:1-2; 119:97 e Salmo 19. h) Leia com propósito - Os autores bíblicos comunicam sua mente através da gramática bem selecionada. Por essa razão, temos que estudar os verbos, o assunto e o objetivo de uma sentença, os modificadores, as preposições e conecções. Deus fala através da construção literária. É necessário sejamos capazes de conhecer os gêneros literários(2) encontrados na Bíblia. i) Leia aquisitivamente - Isso significa, não ler apenas para receber mas para reter; não apenas perceber mas para possuir. A chave é a aplicação. Sempre faça a pergunta: "qual é o princípio aqui e como eu posso aplicá-lo em minha vida?" j) Leia telescopicamente - Isso significa ler as partes à luz do todo. Preste atenção para os conectivos mas, e, porquanto, etc.. Preste atenção ao contexto. Sempre estude os versículos em redor do versículo que você está estudando. Avalie o trecho à luz do livro inteiro. Dê uma olhada no contexto histórico do livro. Quando foi escrito? Para quem? Por quem? O que mais acontecia em outras partes do mundo?
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| | | 2. Princípios de Interpretação da Bíblia. Ler e compreender a Bíblia é uma tarefa que exige conhecer e praticar algumas regras de interpretação:
a) Princípios da Interpretação. Regra um - Estude com o pressuposto de que a Bíblia fala com autoridade. Regra dois - A Bíblia interpreta-se a si mesma; as Escrituras explicam melhor as Escrituras. Exemplo: "A parábola do Semeador em Marcos 4:1-20". Regra três - A fé que salva e o Espírito Santo são necessários para entendermos e interpretarmos corretamente as Escrituras. Regra quatro - Interprete a experiência pessoal à luz da Escritura e não a Escritura à luz da experiência. Regra cinco - Exemplos bíblicos devem ser praticados somente quando estão apoiados em uma ordenança. Regra seis - O princípio objetivo da Bíblia é mudar nossas vidas, não aumentar nosso conhecimento. Regra sete - Cada crente tem o direito e a responsabilidade de investir e interpretar a palavra de Deus para si mesmo. Regra oito - A História da Igreja é importante, mas não decisiva na interpretação da Escritura. Regra nove - As promessas de Deus em toda a Bíblia estão disponíveis pelo Espírito Santo aos crentes de cada geração. b) Princípios Gramaticais de Interpretação. Regra dez - A Escritura só tem um sentido e deve ser entendida literalmente. Regra onze - Interprete as palavras em harmonia com seu significado na época do autor. Regra doze - Interprete a palavra em relação à sentença e contexto. Regra treze - Interprete uma passagem em harmonia com seu contexto. Regra quatorze - Quando um objeto inanimado é usado para descrever um ser humano, a declaração deve ser considerada figurada. Regra quinze - Quando uma expressão fica fora do caráter da coisa descrita, a expressão deve ser considerada figurada. Regra dezesseis - As figuras e as partes principais de uma parábola simbolizam determinadas realidades. Considere somente essas figuras e partes principais para chegar às conclusões. Regra dezessete - Interprete as palavras dos profetas em seus sentidos usuais, literais, e históricos, a menos que o contexto ou a maneira como elas são cumpridas indique claramente que têm um sentido simbólico. Seu cumprimento é a garantia daquilo que é para ser seguido. c) Princípios Históricos de Interpretação. Regra dezoito - Já que a Escritura teve origem num contexto histórico, ela pode ser entendida somente à luz da história bíblica. Regra dezenove - Embora a revelação de Deus nas Escrituras seja progressiva, ambos o Velho e o Novo Testamento são partes essenciais dessa revelação e formam uma unidade. Regra vinte - Os fatos históricos ou eventos tornam-se símbolos das verdades espirituais, somente se as Escrituras assim os designem. d) Princípios teológicos na Interpretação. Regra vinte e um - É preciso entender a Bíblia gramaticalmente antes de entendê-la teologicamente. Regra vinte e dois - Uma doutrina não pode ser considerada bíblica a menos que abranja e inclua tudo o que a Bíblia diz sobre ela. Regra vinte e três - Quando duas doutrinas ensinadas na Bíblia parecem contraditórias, aceite ambas como bíblicas, na convicção de que elas se resolverão numa unidade mais alta. Regra vinte e quatro - Um ensinamento meramente contido nas Escrituras pode ser considerado bíblico quando uma comparação das passagens relacionadas o sustenta.
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